O primeiro disse: ”Eu tinha somente uma
cabra. Todos os dias a levava para pastar e ter um pouco de leite para os meus
velhos pais. Também juntava lenha para vender a fim de que nunca lhes faltasse
comida. Certo dia, cheguei e os encontrei adormecidos. Esperei a noite toda até
eles acordarem. De manhã, dei comida para eles e depois eu também me alimentei
e fui descansar. Senhor, se eu disse a verdade, dê-me um sinal da tua bondade”.
A pedra afastou-se um pouco.
O segundo falou assim: “Tempos atrás,
apaixonei-me por uma jovem muito pobre, porém ela não aceitou se casar comigo.
Então eu juntei todo o ouro que pude e disse para ela que tudo aquilo seria
seu, se ela me vendesse o seu corpo por uma noite. A pobre jovem veio, mas o
temor de Deus entrou no meu coração. Não toquei nela e lhe deixei todo o ouro.
Senhor, se eu disse a verdade, dê-me um sinal da tua bondade”. A pedra
afastou-se mais um pouco.
O terceiro homem, também, contou a sua
história: “Eu tive muitos homens trabalhando comigo. Quando concluímos os
trabalhos dei a todos o salário devido. Um, porém, não se apresentou. Com o
dinheiro dele comprei uma ovelha. Os anos passaram e a ovelha tornou-se um
rebanho. Quando, enfim, o homem apareceu para receber o seu dinheiro, mostrei
para ele o rebanho. Achou que estava zombando dele, mas eu insisti para que
levasse o que era seu. Agora, Senhor, se eu disse a verdade, dê-me um sinal da
tua misericórdia”. A pedra afastou-se mais um pouco e os três homens
conseguiram sair da caverna.
As boas obras deles tinham tocado o coração
de Deus. O primeiro pela paciência e o amor filial. O segundo por causa do
respeito ao fraco e do arrependimento. O terceiro porque agiu com justiça e
honestidade.
A humildade e a
perseverança na caridade movem qualquer pedra. Tocam sempre o coração de Deus.
Fonte: Dom Pedro José Conti – Bispo de Macapá –
AP